O governo está enfrentando dificuldade para vencer o discurso sobre o atraso na vacinação no país e, sobretudo, da negativa inicial da compra da Coronavac produzida pelo Instituto Butantan. O diretor-presidente da entidade, Dimas Covas, detalhou as negociações com o governo federal e observou que não houve investimento para o desenvolvimento do imunizante, apenas o pagamento, a partir de janeiro, dos produtos já prontos. Os senadores governistas tentam emplacar a versão ora de que o Ministério da Saúde repassou recursos para o Butantan, ora levantando dúvidas sobre a eficácia da vacina, citando casos isolados de pessoas que não adquiriram a imunidade. Das vacinas aplicadas até agora no país, a Coronavac é responsável por 65%. Sem poder ir contra o negacionismo de Bolsonaro, os senadores que apoiam o governo resvalam num terreno perigoso ao inocular na população a dúvida sobre um imunizante já testado e aprovado, inclusive pela Anvisa. Ao negar o negacionismo do presidente, usam argumentos que os tornam negacionistas também.
Chico de Gois – Direto de Brasília
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