Ainda que as negociações para formação das chapas ainda estejam em fase inicial, o cenário em Belo Horizonte dá indícios do que vai acontecer pelo País nos próximos meses: esquerda pulverizada, campanha concentrada em redes sociais e enfrentamento da Covid como principal pauta dos debates. No caso da capital mineira, deputados federais que vão disputar contra o atual prefeito, Alexandre Kalil (PSD), dizem que vão questionar também a situação da cidade no período das chuvas, promessas não cumpridas pelo prefeito e aumento da população de rua. Embora Kalil seja o favorito e seus adversários estimem uma aprovação em torno de 40%, o cenário atual com mais de 10 pré-candidatos embaralha o jogo. O Novo do governador Romeu Zema vai lançar Rodrigo Paiva, que já deixou o governo estadual. Como sabe que tem poucas chances, o governador investiu nos bastidores na candidatura de centro-direita de Lafayette de Andrada (Republicanos). A estratégia para derrotar Kalil será vincular seu governo à esquerda e mostrar que o prefeito é desorganizado na gestão pública. Enfraquecido, o PSDB vai lançar a ex-secretária de Planejamento de Zema, Luísa Barreto, seguindo a linha do perfil “gestor” inaugurado por João Dória em São Paulo. O nome do bolsonarismo em BH será o de Bruno Engler, ex-PSL e atual PRTB (partido do vice Hamilton Mourão). No campo da esquerda, os principais nomes que disputarão o mesmo eleitorado são o de Nilmário Miranda (PT), Áurea Carolina (PSOL) e Júlio Delgado (PSB), que transferiu sua base eleitoral de Juiz de Fora para a capital com o objetivo de reivindicar um posto que já foi de Márcio Lacerda (PSB), antecessor de Kalil.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Copyright ©2020 Todos os direitos