Doria, o gestor

Um dia após dar início à campanha de vacinação à revelia do governo Bolsonaro, João Doria deu o passo seguinte: mostrar que SP tem coordenação e planejamento pronto desde outubro. Alçado à política na condição de “gestor”, Doria anunciou também que o Butantan tomou a frente na ampliação da oferta de vacinas e solicitou à Anvisa a autorização emergencial para mais 4,8 milhões de doses da Coronavac. Durante a entrevista coletiva, o governo paulista criticou a vacinação tardia e a dificuldade de fazê-la em massa hoje. Para mostrar a eficiência de sua gestão, Doria anunciou também o programa de cadastro para imunização da população paulista. No dia em que o presidente da República disse que “a vacina é do Brasil, não é de nenhum governador”, Doria – acusado de fazer marketing ontem – lembrou que uma aeronave destinada a “buscar vacina que não existe” foi adesivada pelo governo federal, mas continua parada em solo. “Até agora a única vacina disponível no Brasil é a vacina do Butantan. É hora de cobrar do governo federal onde estão as outras vacinas”, alfinetou. O tucano sugeriu que Jair Bolsonaro e seus filhos parem de falar mal da China – país que é responsável pela produção de insumos da Coronavac e do imunizante de Oxford – para “não atrapalhar”.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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