Se no STF o clima entre os ministros está péssimo desde que o grupo Gilmar Mendes – Dias Toffoli – Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes – se sentiu traído por Luiz Fux e Roberto Barroso na reeleição do Legislativo, o mesmo acontece na Procuradoria-Geral da República. Diversos procuradores ouvidos pelo BAF entendem como um absurdo o chefe da instituição, Augusto Aras, não fazer uma investigação sobre o suposto uso da Abin para tentar derrubar o processo de Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas. E, pior, acreditam que ele não fará nada ou, se muito, abrirá uma apuração ‘para inglês ver’. Nos corredores do MPF a história é que, os mais novos, sem ter para onde fugir, terão de amargar o desmonte da instituição. Os mais velhos se perguntam sobre o timing para deixar a carreira e seguir para a iniciativa privada. Muitos ainda lembram da importância da lista tríplice para escolha do PGR. Dizem que, quando ela é respeitada, pelo menos algum compromisso com os valores do MPF têm de ser agasalhados pelo chefe da instituição. Quando um procurador, visto como um advogado por seus pares, é alçado ao comando da PGR sem nem mesmo ter constado na lista tríplice, muito pouco ou quase nada do espírito do MPF, dizem estes críticos, é respeitado.
Severino Motta – Direto de Brasília
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