O fato de o Ministério da Economia colocar no radar a possibilidade de um decreto de calamidade mais adiante faz parte da necessidade da equipe técnica em olhar todos os cenários, mas não significa que um eventual pedido do governo ao Congresso passaria com a mesma facilidade do ano passado. Um segundo decreto divide hoje opiniões. Um dos líderes do governo disse ao BAF que nada “passa na marra” no Parlamento e que a aprovação dependeria do cenário do momento, de como a economia estará, se as vacinas estiverem chegando num ritmo adequado, se os leitos hospitalares estarão superlotados ainda e se o índice de mortalidade continuará nas alturas. Um importante cacique do Congresso avalia que, apesar de uma possível reação negativa do mercado financeiro, os parlamentares tenderiam a aprová-la se estiverem sob pressão da pandemia e da economia. “O governo pedindo para gastar mais, mesmo sem ter, não vai ser a Câmara que vai resistir num momento de crise como esse”, comentou. Líderes da oposição disseram ao BAF que hoje o bloco colocaria algumas condições ao governo para apoiar a medida, entre elas novos critérios de alocação de verbas da Saúde, de forma a não ser destinada conforme a conveniência política e sim pela necessidade efetiva. “O governo não aproveitou a chance que demos em 2020. Bolsonaro virou o principal aliado do vírus”, disse a vice-líder do PCdoB na Câmara, Perpétua Almeida (AC), ao cobrar explicações do governo para o agravamento da crise sanitária.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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