Parlamentares consultados pelo BAF disseram que o Planalto continua sem votos para manter o veto presidencial à desoneração da folha de pagamento de 17 setores. A solução possível seria o governo mandar uma MP prorrogando a desoneração por mais seis meses (de janeiro a junho de 2021). No entanto, eles observam que essa MP teria de ser enviada antes da votação dos vetos, uma vez que muita gente alega que o Executivo não costuma cumprir com sua palavra. O governo não teria nada a oferecer além da MP, ou seja, a narrativa dos governistas de que o Congresso se comprometeria com a aprovação das reformas Tributária e Administrativa não tem efeito prático. As PECs, nesse período de pandemia, só terão uma tramitação rápida mediante acordo envolvendo todos. Sem falar que são dois temas complexos, que não atingiram sequer o auge das discussões. Vice-líder do governo no Senado, Izalci Lucas (PSDB/DF) revelou que até o momento não há previsão de edição de MP e afirmou que a base governista, sabendo da derrota, poderia eventualmente obstruir a sessão de vetos (já que na pandemia são votados só temas consensuais), mas que vai deixá-la acontecer. Um líder no Senado contou que a pressão está grande sobre Davi Alcolumbre, que sinalizou a vontade de limpar logo a pauta do Congresso e a possibilidade de convocar a sessão de apreciação de vetos para semana que vem. “O governo está sendo pressionado pelos empresários, sabe que precisa entregar isso, senão não consegue frear o desemprego”, resumiu um líder na Câmara.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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