O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, tornou-se praticamente uma unanimidade no meio político de que sua continuidade à frente da Pasta dificulta o relacionamento do Brasil com os demais países e impede a aquisição de vacinas. No depoimento dele ontem, senadores de diversos partidos pediram para que deixasse o cargo e o acusaram de incompetente. O clima estava tão ruim para Araújo que nem os líderes do governo no Senador, Fernando Bezerra, e no Congresso, Eduardo Gomes, apareceram para socorrê-lo. O que o mantém no cargo ainda é o próprio Bolsonaro, que pensa exatamente como seu chanceler. Mas os políticos em Brasília, capitaneados pelo Centrão, querem mais praticidade e menos ideologia do presidente. Bolsonaro, que vive propagando ameaças de uso das Forças Armadas ou coisas similares, só entende o mesmo tom de ameaça. E o discurso de Arthur Lira e o posicionamento de Rodrigo Pacheco ontem deixaram claro que há, sim, uma ameaça direta contra Bolsonaro, caso ele não tire o país do caos em que se encontra.
Chico de Gois – Direto de Brasília
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