Adiamento mais que esperado

Ao anunciar hoje que não entregará mais na próxima quarta-feira os relatórios das PECs Emergencial e do Pacto Federativo, o senador Márcio Bittar (MDB/AC) escancara as dificuldades do governo em achar uma solução orçamentária para o Renda Cidadã e reforça a dificuldade de negociação quando os parlamentares estão envolvidos nas campanhas regionais. O parecer de Bittar só será divulgado agora após as eleições municipais. O relator disse que está fazendo o que pode para chegar a uma proposta, que vai precisar do máximo de consenso em torno do seu parecer e que qualquer caminho a ser apontado “vai incomodar”. Comparando a situação fiscal do País com a de uma família com dificuldades financeiras, Bittar relacionou a extrema pobreza a uma doença que surge na família e precisa ser tratada, independente dos parentes terem recursos ou não. “A doença não vai esperar”, explicou o senador em áudio enviado aos jornalistas. Bittar enfatizou que o governo não vai abrir mão do programa porque, a partir de janeiro de 2021, milhões de brasileiros não terão o que comer. “Vamos dizer para essas 8 milhões de pessoas que fiquem tranquilas, que durmam tranquilas no dia 31 de dezembro, porque o Estado não vai lhes virar as costas e a partir de janeiro do ano que vem o Estado vai continuar o apoio, a assistência para que ela consiga manter o mínimo de dignidade humana”, declarou. O relator defendeu que a proposta seja aprovada antes do fim do ano. O problema é que todo o processo eleitoral (primeiro e segundo turnos) acaba só no fim de novembro e o calendário legislativo de dezembro é curto.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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