Bento Albuquerque tirou a semana para fazer uma peregrinação por veículos de imprensa para tentar dessensibilizar o assunto da crise hídrica dos jornais. O mote é tranquilizar a população, especialmente o segmento econômico, de que não haverá racionamento de energia ou blecautes. O perfil mais discreto do ministro de Minas e Energia tem dado mais espaço para que a imprensa repercuta possíveis reflexos da escassez de chuvas, o que tem incomodado o Planalto. A matéria do Estadão que trouxe a minuta de MP com possibilidade de racionamento compulsório deixou Bolsonaro de cabelo em pé e, segundo o BAF apurou, já é tido como fato nos bastidores do MME que o trecho – que realmente constava nos planos – deve ser retirado da Medida Provisória. Como vem reforçando nas entrevistas e pronunciamentos, Bento deve editar um texto que permita dar segurança jurídica para ações sobre os reservatórios – hoje, muitas dessas mudanças precisam passar pelo processo de análise das agências reguladoras. Outro ponto que deve prevalecer na MP é o caráter decisório das ações do CMSE, que pode dar celeridade às determinações do governo. Técnicos ouvidos pelo BAF disseram que a MP que deve sair sem o trecho que permite o racionamento compulsório não significa uma pá de cal no assunto: a essa altura, no início do período seco, ainda não dá para descartar completamente a possibilidade. Como há um custo político alto, a estratégia é deixar um caminho aberto para racionamento em um segundo momento, caso seja estritamente necessário, e assim evitar “gastar” a baixa popularidade do governo antes da hora.
Equipe BAF- Direto de Brasília
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