O Cade aprovou na sessão de hoje a extensão por mais 90 dias da avaliação da compra da Linx pela Stone. No entanto, foi um movimento burocrático apenas: como na última sessão o conselheiro relator havia retirado de pauta, o prazo de análise legal estaria sendo descumprido. Ao estender por mais 90 dias para avaliação – uma previsão legal que precisa ser aprovada pelo pleno do Cade – a autarquia consegue cumprir o prazo. Há a sinalização de que já na próxima reunião, em meados de junho, o relator deve trazer seu voto para avaliação, mas o prazo final será julho agora. Como o BAF revelou há duas semanas, há uma linha tênue para os conselheiros nessa operação, que havia passado incólume pela superintendência, em razão do tamanho da operação e da oposição de players relevantes como Totvs, Banco Safra e Cielo. A superintendência aprovou sem restrições e ainda é uma dúvida se a maioria do tribunal fará o mesmo. Por um lado, há um risco muito grande de surgir uma empresa muito dominante com a fusão em um mercado altamente dinâmico como a tecnologia. De outro lado, impor restrições pode ser um golpe à inovação. Contudo, a dúvida hoje mora nos remédios, já que a operação deverá ser aprovada ao fim.

Mário Sérgio Lima – direto de Brasília

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