Após o governo colocar em sua lista de prioridades, líderes partidários fizeram ontem, pela segunda semana consecutiva, pressão para que o projeto que acaba com os supersalários no serviço público entre na pauta de votações da Câmara. O PL 6726/2016, parado em comissão especial da Casa desde 2018, barra os penduricalhos que fazem com que parte dos servidores consiga burlar a Constituição e engordar seus salários acima do teto de R$ 39,2 mil. De acordo com a Consultoria de Orçamento da Câmara, o substitutivo do relator Rubens Bueno (Cidadania/PR) pode trazer uma economia anual de R$ 2,3 bi. A eventual votação em plenário do projeto nas próximas semanas pode ser um “abre-alas” para as discussões da Reforma Administrativa e a Frente que trata do assunto avalia que a opinião pública apoiará tanto o PL como a PEC. As categorias que, no ano passado, fizeram pressão para evitar que o projeto fosse pautado, por enquanto estão “tateando”, não se mobilizaram o suficiente para barrar a apreciação ainda. Em algum momento, no entanto, é previsto que entidades representativas do Judiciário e do Ministério Público atuem e batam de frente com o Centrão, que encampou a proposta.No caso da reforma, o presidente da Frente, deputado Tiago Mitraud (Novo/MG), avalia que o tema não terá grande resistência dos parlamentares, apenas pressão de entidades ligadas à Saúde, Educação e Segurança Pública.
Daiene Cardoso e Chico de Gois – Direto de Brasília