Será de forma virtual a reunião da Mesa Diretora convocada por Arthur Lira para discutir a prisão do bolsonarista Daniel Silveira (PSL/RJ). A repercussão aconteceu minutos após a decretação do encarceramento do deputado, Lira falou em serenidade e muitos deputados ligados à área do Direito foram a público dizer que havia no vídeo do parlamentar crimes claros, a dúvida era sobre o flagrante. A pressão agora sobre a Câmara é se a Casa vai optar pelo caminho corporativista ou se vai bater de frente com o STF derrubando a decisão, uma vez que muitos ali têm pendências jurídicas a serem analisadas pela Corte. Silveira é um deputado do baixo clero e conhecido pelos posicionamentos extremados, portanto não integra a lista dos mais populares entre os colegas. Durante a madrugada, o deputado continuou usando redes sociais para manter a linha de confronto e alegou que tinha imunidade material. “Só vou dormir fora de casa e provar para o Brasil quem são os ministros dessa suprema corte. Ser ‘preso’ sob essas circunstâncias é motivo de orgulho”, completou. Como as bancadas de oposição já falam em levar o caso para o Conselho de Ética, é possível que os membros da Mesa Diretora optem por acelerar o processo disciplinar contra o deputado como forma de acalmar a Corte. No ano passado, o plenário da Câmara derrubou a decisão do STF que afastou o deputado Wilson Santiago (PTB/PB) com a promessa de que a Casa daria curso a um processo no Conselho de Ética, mas a pandemia e a falta de interesse ajudaram a levar o assunto para o esquecimento. O caso agora ganha proporções de primeiro teste institucional e de habilidade política a ser enfrentado por Lira.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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