O cálculo político e jurídico sobre uma eventual disputa de Jair Bolsonaro por uma vaga no Senado é o seguinte: para concorrer ao Congresso precisa deixar a presidência da República em abril. Ou seja, ficará sem o poder central, passando-o a Hamilton Mourão, e ainda perderá o foro privilegiado, ficando na mira de procuradores de primeira instância tanto da Justiça comum quanto da Justiça Eleitoral (que, num caso como este, diferente de uma candidatura à presidência da República, pode deixá-lo até mesmo sem registro). Do ponto de vista estritamente eleitoral é uma aposta certa, mas ninguém sabe o que poderia acontecer entre abril e dezembro, janela em que todos os inimigos de Bolsonaro, em especial no Judiciário, se uniriam contra o atual mandatário da nação.