Se nas eleições passadas uma candidatura ao Senado ou mesmo ao governo eram dadas como possibilidades — com reais chances de vitória — para Deltan Dallagnol, suas perspectivas, hoje, são mais estreitas. Após deixar o comando da Lava Jato em Curitiba, alegando doença na família, ele conseguiu promover a perda de objeto numa ação no Conselho Superior do Ministério Público que pedia seu afastamento da chefia da operação. O futuro presidente do STF, Luiz Fux, também impediu que uma condenação pretérita fosse usada no julgamento de hoje, o que levou a uma punição mais branda, de censura (puxão de orelha), no caso de seu tuíte contra Renan Calheiros. Assim como Sérgio Moro, o procurador vê o poder de sua caneta se esvair paralelamente à perda de seu capital político. Em Brasília, a aposta é que Deltan voltará para a planície. Seu projeto político e de Ministério Público estão sendo enfraquecidos junto com a Lava Jato. E isso acontecendo no governo de Jair Bolsonaro, quando tudo o que o PT sonhou em fazer e não conseguiu se torna realidade.
Severino Motta – Direto de Brasília
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