Paralelamente à briga entre a PGR e a Lava Jato, a oposição quer resgatar o processo de coleta de assinaturas de criação na Câmara de uma CPI para investigar supostas irregularidades da operação desde sua origem. Atualmente, a Casa tem apenas uma CPI em funcionamento (Derramamento de óleo no Nordeste) e a regra permite até cinco comissões em andamento. Ontem, o deputado Paulo Teixeira (PT/SP) pediu apoio para a criação da comissão temporária alegando que havia indícios de que a Lava Jato investigou autoridades com foro, entre eles Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia. Para o petista, é preciso apurar, por exemplo, o compartilhamento de dados com os Estados Unidos sem que isso passasse pela autoridade central. A ofensiva contra a Lava Jato une agora parte do Congresso e o procurador Augusto Aras, escolhido por Jair Bolsonaro fora da lista tríplice, mas Teixeira diz que a oposição acompanha as denúncias envolvendo a operação muito antes da nomeação de Aras. No geral, a Lava Jato nunca foi uma unanimidade no Congresso e muitos culpam a espetacularização da operação pela criminalização da política. O deputado Fábio Trad (PSD-MS), que é relator da PEC da prisão em segunda instância, criticou a postura dos procuradores da Lava Jato no embate com a PGR. “O termo ‘Lava Jato’ não tem lugar no plano institucional. A Constituição Federal também a desconhece, talvez porque tenha querido reforçar a natureza pública e institucional de um Ministério Público comprometido com a impessoalidade, jamais com marcas de comunicação e marketing”, escreveu nas redes sociais.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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