Desde que assumiu a dianteira da defesa de Jair Bolsonaro, tanto no Congresso como nas redes sociais, Carla Zambelli se tornou alvo preferencial – além dos filhos do presidente – da oposição e agora tem seu nome envolvido numa investigação no STF. Hoje o PSOL fez um adendo ao quarto pedido de cassação da deputada no Conselho de Ética da Câmara, acusando-a de ter antecipado a operação da PF contra o governador Wilson Witzel. O acréscimo foi no processo relacionado ao episódio onde ela sugeriu que poderia ajudar Sérgio Moro a conquistar uma vaga ao STF. A deputada é conhecida na Câmara desde 2015, quando se acorrentou no Salão Verde por dias na campanha pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Com o afastamento da petista e o crescimento do movimento que representava, o “Nas Ruas”, Carla Zambelli passou a fazer campanha na Câmara contra o processo de cassação de Eduardo Cunha. Ao se eleger deputada federal, Zambelli disputou os holofotes com Joice Hasselmann e se tornou personagem importante para o governo quando se alinhou a Bolsonaro na briga com o PSL e Joice deixou a liderança do governo no Congresso. Hoje o ministro Celso de Mello pediu que a PGR se manifeste sobre a notícia-crime do PT, que a acusa de tráfico de influência e advocacia administrativa. Na Câmara, enquanto o Centrão estiver na retaguarda do governo, a deputada tem grandes chances de se livrar dos processos por quebra de decoro. Nas mãos de Celso de Mello, o futuro da deputada, que é uma das principais influenciadoras das redes bolsonaristas, segue incerto.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
26/05/2020 – 17:30
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