Depois da tranquila repercussão política após a divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, o presidente Bolsonaro sentiu-se encorajado a aumentar a temperatura contra o STF, desta vez na figura do decano Celso de Mello. Ontem, o presidente usou sua rede social para insinuar que o ministro teria cometido abuso de autoridade ao autorizar a divulgação da quase íntegra do encontro do presidente e seus ministros. O deputado Ricardo Barros (PP-PR) foi na mesma linha. Barros é um contumaz crítico do Judiciário e, ao ombrear com Bolsonaro, quis demonstrar que pode servi-lo como líder do governo – seu nome é um dos cotados para eventual troca. O presidente, porém, brinca com fogo ao tentar fustigar Celso de Mello. O decano é um dos raros ministros que transitam em todos os lados da Corte e tem o carinho e respeito de seus pares. E nunca é demais lembrar, é quem será o responsável, até sua aposentadoria, por conduzir o processo que envolve o presidente da República no STF