Escorado em Bolsonaro

Para quem até outro dia tinha como propósito ser vice de chapa de Bruno Covas, Celso Russomanno apanhou muito, mas assumiu ontem, com certa tranquilidade, a condição de líder das pesquisas de intenção de voto e deixou claro onde aposta todas as suas fichas: na “amizade” com Jair Bolsonaro. No primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal disse que é o único que terá diálogo com o governo federal para trazer recursos e renegociar a dívida da capital paulista (é bom lembrar que Fernando Haddad quando prefeito conseguiu renegociar a dívida, mas Dilma Rousseff não abasteceu a cidade com os investimentos que se esperava da União). Com essa sobra no caixa, prometeu Russomanno, vai criar o auxílio paulistano. Só não se comprometeu com valores, afinal nem o próprio governo federal sabe ainda como vai bancar seu projeto de renda mínima. Russomanno também desempenhou bem o papel que o presidente da República espera dele: atacou a saída de João Doria da prefeitura, criticou o desempenho de Covas na pandemia e elogiou o trabalho de Bolsonaro. As pesquisas apontam um alto índice de rejeição para quem for identificado como apadrinhado de Bolsonaro, mas outra metade da população não vê objeção no apoio. Neste começo de campanha, Russomanno se escora no presidente e não fica em cima do muro: vai para o tudo ou nada.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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