O governo jogou com a possibilidade de responsabilizar o Congresso pela impossibilidade de prorrogar o auxílio emergencial caso a derrubada do veto ao reajuste dos servidores públicos fosse confirmado pela Câmara. A leitura de assessores próximos do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, é de que a derrubada do veto pelo Senado foi organizada por senadores que buscavam inviabilizar a continuidade do auxílio, um dos principais fatores de aumento de popularidade do presidente Jair Bolsonaro. Com o aumento de despesas por causa do reajuste de salários do funcionalismo, uma prorrogação do benefício é considerada impraticável. Assim, a tendência é que a Câmara caminhe para manter o veto presidencial, evitando a narrativa de que optou por reajustar salários, em vez de ajudar a população afetada pela pandemia. Mais cedo, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP/PR), indicou que o impacto fiscal do reajuste pode, de fato, atingir a manutenção do auxílio emergencial.