Parte dos aliados de Arthur Lira foi pego de surpresa no fim de semana com sua manifestação pública de que até o dia 3 de maio haverá a apresentação de um relatório preliminar para iniciar as tratativas da apreciação da Reforma Tributária. Aguinaldo Ribeiro, relator da PEC, está em silêncio. O assunto não estava no radar dos líderes pela complexidade do assunto e o impasse em torno dele gerou ceticismo. Isso porque houve uma sinalização de que o texto seria apresentado na comissão mista, mas seria votado primeiro no Senado, o que provocou a discordância do relator. Para aliados de Lira, ao impor prazo de apresentação de um texto inicial, o presidente da Câmara quis colocar pressão sobre Ribeiro. Em entrevista hoje pela manhã, Lira disse que vai coordenar pessoalmente as conversas sobre o tema em busca do que for consensual e que pretende procurar ainda hoje o ministro Paulo Guedes. O presidente da Câmara lembrou que há pouco tempo muitos duvidavam da aprovação da Reforma da Previdência e comparou a situação hoje da Reforma Tributária, mas reconheceu que a Reforma Administrativa tem mais chances de sair primeiro. O gesto de Lira mostra uma tentativa de “virada de página” após a sanção do Orçamento de 2021 (e de protagonismo diante dos holofotes voltados para a CPI da Covid no Senado), além da busca da aprovação de uma reforma para chamar de sua.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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