Eduardo Pazuello passou os últimos dias sob tutela do Palácio do Planalto e vem sendo treinado pelo núcleo duro do governo a se safar da pressão que sofrerá na quarta-feira, quando vai depor à CPI da Covid. Se na tropa de choque do governo na CPI tem pouca gente com experiência neste tipo de investigação parlamentar, no Planalto não é diferente. Onyx Lorenzoni vivenciou CPIs, mas sua atuação sempre foi de pedra, agora vai estrear como vidraça. General Ramos e Flávia Arruda nunca passaram perto da experiência: enquanto o primeiro dá sinais de que ainda segue apegado ao cargo anterior, a deputada licenciada, por enquanto, continua na função de atender aos interesses do Centrão e ainda não demonstrou envolvimento com os temas de interesse exclusivos do governo. A oitiva de Pazuello tem tudo para ser o ponto alto da comissão nesta semana. Mais do que treino sobre o que responder na CPI, Pazuello precisará de frieza, inteligência emocional e humildade durante o interrogatório, uma vez que CPIs são marcadas por pressão dos adversários e tentativas de desestabilizar o depoente. Excesso de altivez do ex-ministro da Saúde – como ele fazia questão de demonstrar durante as entrevistas coletivas no Ministério da Saúde- só vai acirrar o clima, que já não é bom.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
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