Com 17 pré-candidatos à Prefeitura, a disputa em São Paulo tem um cenário político fragmentado e imprevisível. A maior dúvida hoje é se Celso Russomanno vai tentar o cargo mais uma vez – agora com o apoio discreto de Jair Bolsonaro – e para que lado Marta Suplicy vai. Embora o Republicanos (partido que abriga os filhos de Bolsonaro) tenha pré-lançado o deputado federal, Russomanno queria mesmo ser vice de Bruno Covas. No ninho tucano, a preferência é pela manutenção do acordo com o MDB de José Luiz Datena, mas o apresentador ainda não se decidiu. O PSDB avalia que o desafio de tornar Covas conhecido na capital foi superado desde o tratamento contra o câncer e que agora o prefeito tem o que mostrar: fez a reforma previdenciária, enfrentou logo de cara enchente, incêndio em prédio e viaduto desabando na marginal, finaliza um duro tratamento médico e liderou o combate ao coronavírus na cidade. Contra ele virá o peso das investigações contra Geraldo Alckmin e José Serra, que ganharam as manchetes recentemente. “Me dá um partido que não tenha gente com problema”, minimizou Ricardo Tripoli, que integra a pré-campanha de Covas. Tucanos e petistas duvidam da capacidade eleitoral dos candidatos bolsonaristas, acham que Joice Hasselmann (PSL) e Arthur do Val (Patriota) não vão longe e enxergam Márcio França (PSB) perdido no flerte com Bolsonaro e a oposição ao governador João Doria. No campo da esquerda, os petistas admitem nos bastidores desânimo com Jilmar Tatto, falam que é preciso “comer muito feijão” para que ele decole. Fernando Haddad não abraçou de corpo e alma a campanha, a juventude esquerdista e os intelectuais dão sinais de apoio a Guilherme Boulos (PSOL), o PCdoB lançou Orlando Silva e se desgarrou do PT e, caso o Solidariedade apresente Marta como candidata, boa parte do eleitorado da periferia seguirá com a ex-prefeita.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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