Num cenário entre o populismo fiscal e a austeridade fiscal, parlamentares apostam que Jair Bolsonaro ficará com o primeiro por estar visivelmente empolgado com a ajuda financeira durante a pandemia. “Bolsonaro não conhecia o sabor da popularidade, conheceu agora com o auxílio”, sintetizou um deputado do Centrão. Dessa forma, sobraria pouco espaço para a permanência do ministro Paulo Guedes na Esplanada dos Ministérios. Alguns acham que o ministro pode sair logo, outros avaliam que ele até terá tempo de entregar um programa de assistência social completo, mas só em 2021. Parlamentares disseram ao BAF concordar com o ponto de vista do presidente sobre o fim do abono salarial, mas consideram ruim a exposição pública do ministro. Eles contam que há municípios em seus Estados onde até 70% da população está recebendo o auxílio emergencial de R$ 600 e que o programa é um sucesso. “Quem é que quer parar o auxílio?”, observou o deputado Joaquim Passarinho (PSD/PA). O parlamentar reconhece que é difícil manter o valor e avalia que a prorrogação entre R$ 300 e R$ 400 poderia ser aprovado de forma rápida no Congresso. E não é só a oposição que vai insistir na manutenção dos R$ 600 de auxílio. Alguns congressistas que geralmente votam com o governo dizem que farão campanha pelo mesmo valor porque o ônus de ter de reduzir é de Bolsonaro e não deles. “Meu papel é fomentar os 600”, disse um parlamentar do Centrão.