A pesquisa Datafolha que apontou uma polarização entre Lula e Bolsonaro retrata a largada de uma maratona. Até outubro do ano que vem ainda há muito tempo e nem sempre quem sai na frente tem fôlego para cruzar a linha de chegada em primeiro. Lula, no entanto, demonstra estar bem preparado, uma vez que esteve ausente das urnas nas últimas três eleições e, ao contrário de Bolsonaro, não tem tido tanta exposição pública. Do ponto de vista pragmático da política, os números da pesquisa podem influenciar nos apoios aos candidatos. O Centrão é conhecido pelo pragmatismo e a radiografia momentânea tende a fazer o grupo abrir o balcão de negociações com ambos os lados. Bolsonaro já vem aumentando os dividendos pagos aos seus representantes, e o PT, neste momento, só pode vender a crédito. Enquanto 2022 não chega, a tendência é o Centrão marchar ao lado do presidente, mas, se perceber que pode perder a corrida, não se acanhará em trocar de atleta.
Chico de Gois – Direto de Brasília
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