Apesar de conseguir presidir a Comissão de Meio Ambiente no Senado, na Câmara a oposição não foi bem-sucedida. O bloco vê com preocupação o colegiado ser presidido pelo PSL e, a depender da sua composição, haverá blindagem do ministro Ricardo Salles e domínio dele sobre a pauta, avanço dos ruralistas sobre a agenda ambiental, além da ampliação da discussão sobre as questões indígenas e fundiárias na Amazônia. A bancada ambientalista avalia que haverá alinhamento com o setor produtivo e de mineração. No primeiro momento, a oposição pretende trabalhar obstruindo os trabalhos e atraindo os olhares da imprensa estrangeira. O colegiado deve ser presidido por Carla Zambelli (PSL/SP), que antes de ser deputada se notabilizou por promover protestos na Casa (chegou inclusive a se acorrentar no Salão Verde) pelo impeachment de Dilma Rousseff. Zambelli tem tudo para bater de frente com a oposição e reeditar o clima de guerra vivido em 2013 durante a gestão de Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos. A deputada tem o mesmo perfil radical de Bia Kicis (PSL/DF), que deve ser confirmada hoje no comando da CCJ. Kicis, no entanto, já sabe que se os trabalhos desandarem na principal comissão da Casa, Arthur Lira vai esvaziar a agenda do colegiado.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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